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As especiarias são plantas aromáticas que possuem, além de um delicioso sabor e cheiro, também caráter terapêutico. Podemos dizer que se trata de uma fitoterapia que estimula os sentidos, influenciando diretamente nossa fome – pois grande parte delas tem a função de estimular o apetite e/ou facilitar a digestão. Também são chamadas de temperos, condimentos, ervas aromáticas e plantas condimentares.
A palavra tempero deriva do latim “temperare”, que significa “colocar em relação”. Dessa forma, os condimentos não são consumidos como um alimento único (não são ingeridos puros), eles estão aprimorando/agregando valor a algum prato. As especiarias mexem com três de nossos cinco sentidos: visão, olfato e paladar.
Seu uso vem desde a antiguidade e quase sempre estava associado ao comércio de pedras preciosas. Muitas especiarias foram usadas como moeda de troca durante o período das grandes navegações. Por isso também, as especiarias sempre foram sinônimo de riqueza, visto que quanto mais rico for o anfitrião do jantar, mais especiarias ele utilizará em seus pratos. Além disso, grande parte dos povos antigos possuía seus próprios símbolos para as ervas aromáticas, assim como rituais e magias associadas a cada uma delas.
Segundo Azevedo (2003), uma pesquisa realizada em 2001 por Zheng e Wang, do Departamento de Agricultura Americano (USDA), demonstrou que as especiarias possuem potentes benefícios anticancerígenos por ser fonte abundante de antioxidantes na dieta. Segundo a pesquisa, o orégano possui doze vezes mais atividade antioxidante do que as laranjas, trinta vezes mais do que as batatas e quarenta e duas vezes mais que as maçãs.
Muitos nutricionistas aconselham que se utilize ervas para melhorar o sabor dos alimentos e se evite utilizar o sal e os aditivos químicos artificiais, como o glutamato monossódico, presente na maioria dos temperos prontos vendidos e que pode em longo prazo desencadear problemas como alergia, enxaqueca, hipertensão arterial, Mal de Alzheimer, Parkinson e câncer.
Os condimentos ajudam a diversificar a dieta (afinal, uma carne temperada com alho tem um gosto completamente diferente de uma condimentada com curry ou com tomilho), estimulam nossa criatividade (uma vez que existem diversas formas de utilizá-los nas nossas preparações) e ajudam o nosso organismo, favorecendo a digestão e aumentando o peristaltismo intestinal.
Um dos grandes segredos da dieta Mediterrânea (que se baseia na alimentação usada pelos gregos, italianos e turcos) é o emprego abundante de especiarias, principalmente cebola, alecrim e manjericão.
Alguns condimentos como a pimenta vermelha, a canela e o gengibre são alimentos considerados termogênicos, ou seja, possuem a capacidade de aumentar a temperatura corporal, acelerando o metabolismo e auxiliando na queima de gordura, sendo interessantes como auxiliares nas dietas de redução de peso.
As formas mais comuns de se utilizar os temperos são na forma in natura e na forma desidratada (ou em pó). Entretanto, podemos utilizá-los na forma de azeite, manteiga, vinagre, sal ou açúcar aromatizado. Para fazer essas preparações, basta acrescentar as especiarias que você deseja no recipiente que contenha o sal, açúcar ou azeite. Existem diversas receitas na internet para você copiar ou se inspirar para criar suas próprias combinações.
* Dicas:
• Armazene os condimentos em local seco, fresco, ao abrigo de luz (armário fechado e escuro);
• Utilize a geladeira só para guardar ramos folhosos, fechados em sacos de papel (no máximo durante 1 semana);
• Nunca faça grandes estoques (as combinações devem durar somente algumas semanas). Armazená-las em recipientes bem fechados e limpos;
• Moa ou triture os temperos na hora. Se não puder usá-los imediatamente, você pode optar por congelá-los usando forminhas de gelo;
• Não cozinhe nem ferva flores e folhas junto com os alimentos (pois perdem os princípios ativos). Acrescente-os ao final da preparação (com um rápido abafamento) junto com o sal (se necessário) e o azeite de oliva extravirgem;
• Não use condimentos desidratados na mesma quantidade que os frescos (utilize apenas 1/3 ou 1/4 da quantidade in natura);
• Fique atento ao prazo de validade (ou se tiver alteração de cor e aroma é um indício que houve perda das propriedades);
• A planta fresca não deve apresentar diferença de coloração, bolores ou manchas;
• Faça a mistura de condimentos em casa (é mais saudável, pois não possui aditivos químicos).
Referências
AZEVEDO, Elaine de. Alimentos orgânicos: ampliando os conceitos de saúde humana, ambiental e social. Florianópolis: Ed. Insular, 2003.
AZEVEDO, Elaine de. Trofoterapia e nutracêutica: dietas e orientações nutricionais com base nas medicinas tradicional e complementar. Blumenau: Ed. Nova Letra, 2007.
NEGRAES, Paula. Guia A-Z de plantas: condimentos. São Paulo: Ed. BEI Comunicação, 2003.
NEPOMUCENO, Rosa. Viagem ao fabuloso mundo das especiarias. Ed: José Olimpio, 2003.
PELT, Jean-Marie. Especiarias e ervas aromáticas. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar Editor Ltda, 2003.
Texto postado originalmente no Blog da Athman: Naturologia, Saúde e Beleza em 19 de novembro de 2010, repostado no Blog Sensibilittà em 7 de maio de 2012 e republicado no Jornal Live:
STEIN, Lucilaine. Especiarias: colocando mais saúde na sua alimentação. Jornal Live, Santo Amaro da Imperatriz, n.54, p.16, 12 agosto 2014.
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