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Foto do escritorLucilaine Stein

Imagem Corporal: Avaliação (parte 3)


Fonte Imagem: Unsplash


Há documentados numerosos instrumentos para avaliar e mensurar os distúrbios de Imagem corporal. Esses instrumentos são costumeiramente classificados em duas grandes categorias: medidas subjetivas e medidas perceptuais. (THOMPSON, 1996 apud FERREIRA; LEITE, 2002).


As primeiras relacionam-se com a avaliação de aspectos cognitivos, atitudinais e afetivos subjacentes à Imagem corporal. Algumas escalas se preocupam em mensurar o grau de satisfação com partes específicas do corpo, enquanto outras fazem a avaliação do grau de satisfação global ou genérica com o corpo, aparência ou o peso. Já as perceptuais avaliam a precisão da estimativa do tamanho do corpo, ou seja, as distorções perceptuais.


Geralmente utiliza conjunto de silhuetas ou de fotografias que são apresentadas à pessoa, sendo solicitado que ela escolha a mais próxima ao seu tamanho. Quanto maior for a discrepância entre o tamanho real do indivíduo e a diferença entre a estimativa realizada, maior será a distorção perceptual que ele mantém em relação a seu próprio corpo. (FERREIRA; LEITE, 2002).


As formas de avaliação da Imagem Corporal são bastante amplas e podem ser definidas de acordo com a atuação do profissional que está tratando determinado cliente. As mais comuns são: questionário, desenho, entrevista, escala de áreas corporais e desenho de silhuetas.


“O Índice de Massa Corporal não é considerado um instrumento de avaliação da Imagem Corporal [...], pois não trata de todos os fatores subjetivos relacionados a tal tema. Entretanto, pode ser utilizado para conscientizar anoréxicos e obesos de suas condições de saúde e mostrar a evolução ou regressão no ganho ou perda de peso”. (LOCH; STEIN, 2012).


“Da mesma forma a Antropometria (avaliação com fita métrica) é indicada para se ter noção de redução de medidas, aumento de massa muscular, mas não de avaliar a Imagem corporal do cliente. Por fim, os exames clínicos e laboratoriais também não mensuram a avaliação que fazemos de nosso corpo, sendo apenas acessórios para sabermos o estado de saúde do indivíduo, se ele está com taxas altas de glicose ou apresenta tendência à anemia, entre outros”. (LOCH; STEIN, 2012).


Quando pensamos em beleza e Imagem corporal, geralmente associamos ao trabalho de uma esteticista, que é uma profissional que vem ganhando cada vez mais destaque na mídia e tem conquistado seu espaço ajudando as pessoas nessa busca pela beleza.

Se, por exemplo, uma cliente apresenta distorções na sua Imagem corporal torna-se bastante complicado que ela visualize as melhorias conquistadas através do tratamento estético, pois é uma pessoa insatisfeita consigo mesma e muitas vezes poderá projetar no profissional da estética expectativas e frustrações que não dizem respeito a ele.


Para Azevedo e Caminha (2011) são vários os profissionais da área da saúde especializados em atender as demandas sociais de clientes que desejam possuir corpos belos e saudáveis.

Dentre as referências pesquisadas, não foi encontrada indicação de quais profissionais estariam capacitados para ajudar uma pessoa com Imagem Corporal Negativa. Entretanto, entende-se que qualquer profissional da área da saúde e/ou beleza está apto a auxiliar nesses casos (mesmo que seja somente para fazer encaminhamento para um profissional mais especializado), desde que o mesmo saiba os conceitos mínimos necessários sobre Imagem Corporal, formas de mensurá-la, patologias relacionadas a uma Imagem Corporal Negativa, etc. O ideal seria a formação de uma equipe transdisciplinar para tratar casos de imagem corporal negativa.


Em algumas clínicas de estética isso já é possível. Quando o cliente chega para uma avaliação, todos os profissionais irão assisti-lo e irão formular um diagnóstico e um plano de tratamento para essa pessoa.


“Para que esse diagnóstico seja dado em situação de transdisciplinaridade não basta apenas que cada profissional opine a partir de sua área e, finalmente, um tratamento seja indicado. Para que a configuração transdisciplinar seja alcançada é preciso que esses profissionais, fundamentalmente, estejam reciprocamente situados em sua área de origem e na área de cada um dos colegas”. (IRIBARRY, 2002 apud IRRIBARRY, 2003, p. 484).


É importante que os próprios profissionais se questionem sobre sua Imagem corporal e a tenham bem desenvolvida, pois se existir a aceitação do seu corpo, tendo consciência das manifestações corporais e seus significados, esses profissionais reconhecerão facilmente o espaço do outro, serão mais flexíveis em suas relações e conseguirão auxiliar no processo de seus clientes. (TAVARES, 2003 apud RUSSO, 2005). Um profissional que se conhece e se aceita poderá auxiliar o seu cliente a se conhecer e se aceitar também (LOCH; STEIN, 2012).


Espero que a leitura tenha feito você refletir sobre como é a sua Imagem Corporal e como isso pode estar influenciando (positiva ou negativamente) a sua vida...


Referências

AZEVEDO, Andréa Maria Pires; CAMINHA, Iraquitan de Oliveira. Estetização da saúde e dismorfia muscular: concepções sociais do corpo. Rev. ConScientiae Saúde, v.10, n.3, p.530-538, 2011. Disponível em: <http://www4.uninove.br/ojs/index.php/saude/article/viewFile/2708/2037>. Acesso em: 18 out. 2011.


FERREIRA, Maria Cristina; LEITE, Neíse Gonçalves de Magalhães. Adaptação e validação de um instrumento de avaliação da satisfação com a imagem corporal. Aval. psicol. [online], Rio de Janeiro, v.1, n.2, p. 141-149, nov.2002.


IRRIBARRY, Isac Nikos. Aproximações sobre a transdisciplinaridade: algumas linhas históricas, fundamentos e pricípios aplicados ao trabalho de equipe. Rev. Psciologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v.16 , n.3 , p.483-490, 2003.


LOCH, Juliana Maria; STEIN, Lucilaine Regina. Tipos de conhecimento e habilidades de estudantes do curso técnico em estética sobre imagem corporal. 2012. 27f. Artigo (Especialização Latu Senso em Estética Facial e Corporal) - Universidade do Vale do Itajaí, Florianópolis, 2012.


RUSSO, Renata. Imagem corporal: construção através da cultura do belo. Rev. Movimento & Percepção, Espírito Santo de Pinhal, SP, v.5, n.6, p. 80-90, jan.- jun. 2005.



Texto publicado originalmente no Blog Sensibilittà em 14 de janeiro de 2013 e reescrito aqui para o blog.




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