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Musicoterapia: perceba o que vocĂȘ escuta

  • Foto do escritor: Lucilaine Stein
    Lucilaine Stein
  • 6 de mar. de 2023
  • 6 min de leitura

Fonte Imagem: Wix

A mĂșsica Ă© uma das coisas que mais permeiam a nossa vida, seja em momentos alegres ou tristes elas estĂŁo lĂĄ (para apaziguar ou turbinar as nossas emoçÔes). Muitas grĂĄvidas escutam determinadas mĂșsicas e quando seus bebĂȘs nascem eles parecem se acalmar ao ouvir essas cançÔes (como se "lembrassem" da vida intra-uterina). Quem nunca terminou um relacionamento e aquela mĂșsica que "era de vocĂȘs" passou a tocar em tudo quanto Ă© lugar, aumentando a sua dor? E as mĂșsicas que nos identificamos (momentaneamente ou durante toda a vida) e precisamos cantar e/ou dançar loucamente quando tocam, entre outros...


Filmes e novelas provavelmente perderiam muito do seu brilho se nĂŁo contassem com uma trilha sonora. É ela quem faz com que nos identifiquemos (ou nĂŁo) com determinado personagem ou cena. Quem lembra da vontade de chorar (ou pelo menos de ficar com olhos marejados) quando tocava aquela mĂșsica de tristeza do Chaves?


Talvez as mĂșsicas nĂŁo sejam simplesmente mĂșsicas, elas podem indicar nossos prĂłprios traços/personalidades, mensagens para aquele determinado momento de nossas vidas, meios de extravasar nossas emoçÔes, etc...

“Desde a antiguidade a mĂșsica era observada como um fator que faz bem para a saĂșde”. (OLIVEIRA; et al, 2012). Os egĂ­pcios acreditavam que a mĂșsica era capaz de aumentar a fertilidade da mulher, enquanto os mĂ©dicos e filĂłsofos gregos encaravam a mĂșsica como um benefĂ­cio para a mente.


Na segunda metade do sĂ©culo XX mĂșsicos passaram a utilizar recursos musicais com intuito de proporcionar uma melhor recuperação dos que foram atingidos pela guerra nos EUA. “Essa experiĂȘncia teve significativa influĂȘncia sobre a percepção dos benefĂ­cios que a mĂșsica pode causar. A partir dos resultados observados, ocorreu o avanço de pesquisas relacionadas Ă  influĂȘncia da mĂșsica na saĂșde”. (OLIVEIRA; et al, 2012).


“A musicoterapia Ă© a utilização da mĂșsica e seus elementos para proporcionar melhores condiçÔes de saĂșde, sendo capaz de gerar benefĂ­cios fĂ­sicos, psicolĂłgicos e sociais” (COSTA, 1989 apud OLIVEIRA; et al, 2012).


“A World Federation of Music Therapy define musicoterapia como a utilização da mĂșsica e/ou dos elementos musicais (som, ritmo, melodia e harmonia) pelo musicoterapeuta e pelo cliente, de forma individual ou grupo, em um processo estruturado para facilitar e promover a comunicação, o relacionamento, a aprendizagem, a mobilização, a expressĂŁo e a organização (fĂ­sica, emocional, mental, social e cognitiva) para desenvolver potenciais e desenvolver ou recuperar funçÔes do indivĂ­duo de forma que ele possa alcançar melhor integração intra e interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida” (WFMT, s/d apud OLIVEIRA; et al, 2012)


A terapia atravĂ©s da mĂșsica Ă© considerada nĂŁo verbal e proporciona melhor qualidade de vida, aumento da autoestima, auxilia no tratamento de doenças, entre outros...


Durante um atendimento utilizando a musicoterapia, primeiro o profissional deve conhecer a Identidade Sonoro Musial (ISO) do seu cliente. Para Bebenzon (1988) citado por Oliveira e outros autores (2012) ISO “resume a noção de existĂȘncia de um som ou um conjunto de sons ou o de fenĂŽmenos acĂșsticos e de movimentos internos que caracterizam ou individualizam cada ser humano”.

"ISO quer dizer igual, e resume a noção da existĂȘncia de um som, ou um conjunto de sons, ou fenĂŽmenos sonoros internos que nos caracteriza e nos individualiza. É um fenĂŽmeno de som e movimento interno que resume nossos arquĂ©tipos sonoros, nossas vivĂȘncias sonoras gestacionais intra-uterinas e nossas vivĂȘncias sonoras de nascimento e infantis atĂ© nossos dias”. (BENENZON, 1985 apud COSTA, 2008).


Apresentamos diversos ISO’s: o complementar (que Ă© aquele que varia de acordo com nosso dia a dia), o grupal (que diz respeito a identidade sonora de um grupo ao qual fazemos parte ex: roqueiros, pagodeiros, sertanejos, etc), universal (que Ă© aquele que nĂŁo Ă© alterado por nossa cultura, contexto social, etc) entre outros.


“Sabe-se que a mĂșsica abrange as dimensĂ”es biolĂłgica, mental, emocional e espiritual do ser humano, de forma que o mecanismo de ação no controle da dor Ă© muito grande. A mĂșsica Ă© capaz de induzir o relaxamento, liberar endorfinas e provocar distração, tudo isso ajudando na diminuição e no controle da dor. AlĂ©m disso, a mĂșsica Ă© capaz de criar imagens mentais, criando um elo entre percepção, emoção e mudança corporal, sendo capaz de mudar o foco perceptual da dor”. (OLIVEIRA; et al, 2012).


“Basta ouvir aquela mĂșsica preferida para que uma cascata de emoçÔes positivas venha Ă  tona, fazendo a gente reviver dez, cem, mil vezes uma situação prazerosa. AmplificaçÔes Ă  parte, o que um estudo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, acaba de provar e apresentar para a Associação Americana do Coração Ă© que aquelas cançÔes consideradas especiais para um indivĂ­duo tĂȘm efeito direto sobre a saĂșde cardĂ­aca”. (STRINGUETO, 2013).

“Para chegar a essa conclusĂŁo, os pesquisadores resolveram medir, por meio de ultrassom, o diĂąmetro dos vasos sanguĂ­neos no braço de dez voluntĂĄrios saudĂĄveis e nĂŁo fumantes logo apĂłs uma sessĂŁo com suas mĂșsicas prediletas. Os participantes, no entanto, tiveram de se submeter a um jejum musical durante os 15 dias anteriores Ă  medição, tudo para intensificar o impacto do estĂ­mulo sonoro na hora do experimento”. (STRINGUETO, 2013).


“No dia D, foi pedido a eles que levassem os hits que mais lhes causavam contentamento [...]. Depois de 30 minutos ao som das cançÔes, os cientistas observaram um aumento de 26% no calibre dos vasos, um resultado bastante expressivo — para ter uma ideia, um vĂ­deo com o mesmo tempo de duração e tiradas bem-humoradas provocaram uma dilatação de 19%” (STRINGUETO, 2013).


“O efeito benĂ©fico da mĂșsica começa a reverberar primeiro na massa cinzenta para, em seguida, se refletir no coração. ‘Ela aumenta a produção de endorfina e serotonina, substĂąncias produzidas no cĂ©rebro e responsĂĄveis pela sensação de prazer, faz diminuir a liberação de cortisol, o hormĂŽnio do estresse, e, por fim, regula a frequĂȘncia cardĂ­aca’, diz Muszkat, que tambĂ©m Ă© coordenador do In Music, grupo de cientistas da Unifesp que estuda a ação da mĂșsica sobre o corpo” (STRINGUETO, 2013).


Hå diversos estudos publicados em que as pessoas com dor crÎnica (considerada leve-moderada) eram submetidas a uma sessão de audição (elas ouviam um determinado repertório musical) mostraram que a intensidade da dor era reduzida após a sessão. Dessa forma, a necessidade do tratamento farmacológico torna-se menor, reduzindo também os gastos e aumentando a qualidade de vida do paciente.


“O corpo e a mente, pode começar a utilizĂĄ-la [a mĂșsica] de forma consciente, escolhendo as mĂșsicas e letras que vocĂȘ considera apropriadas para determinadas situaçÔes, como estar sozinho em casa, praticar atividade fĂ­sica ou andar de carro. Vale ressaltar tambĂ©m a importĂąncia em escolher os ambientes frequentados, uma vez que sempre hĂĄ mĂșsica. Perceba se os lugares que vocĂȘ tem ido lhe agradam ou incomodam. AĂ­, entĂŁo, preste mais atenção nas mĂșsicas tocadas. As letras de mĂșsica tem igual importĂąncia! Comece a prestar atenção no que ouve e, mais ainda, naquilo que vocĂȘ repete, cantando. Selecione aquilo que te faz bem, te dĂĄ prazer! Se permita desfrutar de momentos tĂŁo Ășnicos e que somente uma mĂșsica pode oferecer”. (HERMES, 2013).


Enquanto escrevia esse post sĂł pensei em uma mĂșsica (e escutei vĂĄrias vezes para me inspirar): Sing (The Carpenters)


"Cante, cante uma canção

Faça-a simples,

Para durar toda a sua vida

NĂŁo se preocupe, que ela nĂŁo seja boa o bastante

Para os outros ouvirem

Apenas cante, cante uma canção"


Para quem nĂŁo conhece a mĂșsica, vale escutar:


ps: E se vocĂȘ nĂŁo lembra da tal mĂșsica do Chaves que falei, estĂĄ aqui


ReferĂȘncias


COSTA; Clarice Moura. A constituição do sujeito, a mĂșsica, a musicoterapia. In: Encontro Nacional de Pesquisa em Musicoterapia, 8., 2008, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2008, p.1-8.


EREDIA, Talita. MĂșsica ajuda no processo da cirurgia: Seu uso terapĂȘutico reduz a sensação dolorosa, melhora a recuperação e acaba com a ansiedade antes da operação. Revista SaĂșde. DisponĂ­vel em: <http://saude.abril.com.br/edicoes/0360/medicina/musica-cirurgia-731526.shtml?origem=home>. Acesso em: 20 fev. 2013.


HERMES, Renata. Musicoterapia. Renata Hermes - Naturologia Aplicada. DisponĂ­vel em:


OLIVEIRA, Gauber Correa. de; et al. A contribuição da musicoterapia na saĂșde do idoso. Cadernos UniFOA, n. 20, dez. 2012.


STRINGUETO, KÁTIA. MĂșsica para o coração: Ritmo, melodia e harmonia podem fazer o peito bater mais forte e feliz. Revista SaĂșde. DisponĂ­vel em: <http://saude.abril.com.br/edicoes/0308/bem_estar/conteudo_422145.shtml>. Acesso em: 20 fev. 2013.



Texto publicado originalmente no Blog SensibilittĂ  em 25 de fevereiro de 2013 e reescrito aqui para o blog.



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