Fonte Imagem: Freepik
Ao sentirmos uma dor ou desconforto levamos instintivamente a mão ao local.
O toque das mãos, suave ou forte, é quase sempre associado a um conforto, uma proteção ou possibilidade de alívio. Esse é o princípio da massagem: tocar para tratar e proporcionar bem-estar.
A palavra massagem deriva de várias fontes; A raiz latina massa e as raízes gregas masso ou massein, significam “tocar, manusear, amassar ou apertar”. O verbo francês masser também significa “amassar”. A raiz árabe mass ou mass’h e a raiz sânscrita makeh são traduzidas como “pressionar suavemente”.
O termo massagem designa as manipulações dos tecidos moles do corpo. A finalidade da massagem, geralmente, é: preventiva, terapêutica, estética, relaxante e/ou estimulante, podendo ter mais de uma finalidade. Por exemplo: a massagem modeladora é uma massagem estética estimulante, enquanto a drenagem linfática é uma massagem estética relaxante.
Receber massagem é uma experiência que nos surpreende e impacta porque alcança nosso ser de maneira profunda. Tocar e ser tocado é um ato contundente. Abre a possibilidade de experimentarmos o encanto com nossa consciência corporal, nossas sensações, nossos sentimentos, nossa vulnerabilidade e nossa vitalidade. Permite que sejamos acolhidos e cuidados, ainda que, antes do alívio, tenhamos que ficar expostos ao desconforto, à dor e ao medo (em alguns casos).
A força da massagem vem de sua linguagem, primitiva e indispensável, do acesso que tem sobre as emoções. É a linguagem que nossas mães falaram antes que aprendêssemos as palavras, e que ainda hoje expressamos junto com palavras e quando não temos palavras.
A massagem permite acessar a experiência de forma direta e nos leva ao centro do afeto, pois aquilo que sentimos na pele é carregado de sentido para nós, mesmo que esse sentido nem sempre seja conscientemente reconhecido.
Em última instância, a massagem é uma doação, um alimento. Buscamos satisfazer a necessidade do ser, tentamos dar a cada interagente o que seu corpo precisa. Ao corpo confuso, referência. Ao corpo frio, calor. Ao corpo estagnado, movimento. Ao corpo desorganizado, estrutura. Ao corpo assustado, segurança.
Zigmunt Bauman (sociólogo) afirma que “a massagem viabiliza a possibilidade de um contato mais profundo com o próprio corpo e as emoções nele contidas, com a busca de autoconhecimento, de contato com o outro, de bem-estar e de uma vida melhor”.
Os principais motivos que levam alguém a buscar o auxílio de um massoterapeuta são: alívio da dor, relaxamento, diminuição da tensão e promoção de bem-estar (prazer pessoal).
A massagem tem o seu lugar de destaque, pois sua ênfase principal é a consciência corporal, controle do estresse e prevenção de doenças, além dos benefícios psicológicos que o toque traz.
Ela é capaz de produzir efeitos sobre os sistemas nervoso, muscular, respiratório e circulatório (sanguíneo e linfático) local e geral.
A massagem, como conhecemos hoje em dia, deve seu progresso não necessariamente aos pioneiros, mas a um grande número de profissionais que a utilizam em clínicas, domicílios, SPA´s, salões de beleza, empresas, etc e disseminaram qualidade de vida através da técnica.
Por sua eficácia, a massagem garantiu firme posição entre outras terapias complementares.
Agora, durante a pandemia, temos observado o quanto ela é necessária e poderosa. Ontem atendi um interagente e perguntei qual seria o objetivo dele com o atendimento. Ele me respondeu "Lucy, preciso organizar as coisas aqui dentro, sabe? Serotonina está muito baixa" (não vou negar que a vontade foi abraçar e chorar junto com a pessoa).
A massagem é uma técnica, arte e ciência que continuará a evoluir enquanto for pesquisada e explorada por estudantes e profissionais de forma ética e respaldada pelas bases anatômicas e fisiológicas, sem esquecer do cuidado, atenção e zelo ao lidar com a bagagem emocional trazida e mobilizada no interagente durante a sessão.
Referências
BECK, Mark; HESS, Shelley; MILLER, Erica T. Curso básico de massagem: um guia para técnicas de massagem sueca, shiatsu e reflexologia. São Paulo, SP: Cengage Learning, 2009. 147 p.
BERRY, Carmen Renee. Memória corporal: o que significa a dor e como as massagens e terapias podem ajudar na recuperação. Tradução de Valeria Chamon. Rio de Janeiro: Ed. Nova Era, 2003. 252p.
BROWN, Mary Beth; SIMONSON, Stephanie. Introdução a Massoterapia. Barueri, SP: Ed. Manole, 2007.
CASSAR, Mario-Paul. Manual de massagem terapêutica: um guia completo de massoterapia para o estudante e para o terapeuta. Barueri, SP: Ed. Manole, 2001.
CEZIMBRA, Marcia. Bem-estar na palma das mãos: a cultura da massagem do oriente ao ocidente. Rio de Janeiro, RJ: SENAC Nacional, 2009. 160 p.
FRITZ, Sandy. Fundamentos da massagem terapêutica. 2 ed. Barueri, SP: Ed. Manole, 2002. 698 p. il.
MARQUES, Cândida Nunes Casimiro. A massagem terapêutica em idosos não comunicantes com doença terminal. 2010. 147f. Dissertação (Mestrado em Cuidados Paliativos - Faculdade de Medicina) - Universidade de Lisboa, Lisboa, 2010.
SEUBERT, Fabiano; VERONESE; Liane. A massagem terapêutica auxiliando na prevenção e tratamento das doenças físicas e psicológicas. In: ENCONTRO PARANAENSE, CONGRESSO BRASILEIRO, CONVENÇÃO BRASIL/LATINO-AMÉRICA, XIII, VIII, II, 2008. Curitiba. Anais... Curitiba: Centro Reichiano, 2008. CD-ROM. Disponível em: <http://www.centroreichiano.com.br>. Acesso em: 26 ago. 2012.
Texto originalmente escrito para o blog Sensibilittà em 3 de abril de 2013, republicado em 15 de março de 2017 no blog Renata Hermes e atualizado em 15 de abril de 2021 aqui para o blog
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